a onça-pintada estava debilitada e foi encaminhado ao CRAS em Campo Grande para avaliação veterinária especializada
A onça-pintada responsável por atacar e matar o caseiro Jorge Ávalo, de 56 anos, no Pantanal sul-mato-grossense, foi finalmente capturada na madrugada desta quinta-feira (24). O felino, um macho adulto com cerca de 94 quilos, foi localizado após uma força-tarefa conduzida pela Polícia Militar Ambiental (PMA), com o apoio técnico de um biólogo especializado em fauna silvestre.
VÍDEO: Filmagem do viria a ser o “Jorginho” Mostra que equipe foi atacada pela onça-pintada também
A captura aconteceu após três dias de buscas ininterruptas, que mobilizaram equipes da PMA e especialistas em comportamento animal. De acordo com informações divulgadas pela corporação, o animal foi sedado com segurança e teve seus sinais vitais como temperatura e batimentos cardíacos monitorados ainda no local da captura.
A onça agora está sob os cuidados do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande. A instituição informou que o espaço permanecerá fechado ao público durante o período de quarentena do animal, garantindo assim o bem-estar do felino e a segurança das equipes envolvidas.
Animal estava debilitado e visivelmente magro
Segundo o professor e pesquisador Gediendson Araújo, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que acompanhou a operação, o estado de saúde da onça inspira cuidados. “Apesar da situação trágica, conseguimos capturar o animal com sucesso. Ele está visivelmente magro, o que pode ter contribuído para o comportamento agressivo”, comentou o pesquisador em vídeo divulgado logo após a ação.
Entenda o caso: tragédia no pesqueiro Touro Morto
O ataque aconteceu na região entre Miranda e Aquidauana, onde Jorge Ávalo — conhecido como Jorginho — trabalhava há mais de 20 anos como caseiro no tradicional pesqueiro Touro Morto. Jorginho era o responsável por cuidar da infraestrutura do local e também por recepcionar pescadores que frequentavam a região.
Segundo relatos da família, o caseiro atacado pela Onça-pintada tinha o hábito de registrar a presença de animais silvestres, como onças, através de fotos e vídeos. Recentemente, ele comentou com parentes sobre pegadas suspeitas que teriam sido vistas nas proximidades do deck, levantando suspeitas de uma possível disputa territorial entre grandes felinos.
O desaparecimento de Jorginho foi notado na segunda-feira (21), quando um pescador chegou ao pesqueiro para comprar mel e encontrou vestígios de sangue e restos biológicos no deck, o que levou ao acionamento imediato da PMA.
Impacto ambiental e social do caso
A tragédia gerou comoção não apenas entre familiares e amigos da vítima, mas também na comunidade local, que convive diretamente com os desafios de preservar a fauna do Pantanal. O episódio acende um alerta para os riscos da convivência entre humanos e animais silvestres em áreas de fronteira ambiental.
Especialistas reforçam a importância de manter áreas naturais preservadas e evitar ao máximo o avanço humano sobre territórios ocupados por animais de grande porte. A onça-pintada, espécie símbolo do Pantanal, está entre os predadores de topo da cadeia alimentar e costuma evitar contato com humanos, a menos que esteja ferida, faminta ou sob pressão ambiental.
Fique atento:
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Em caso de avistamento de animais silvestres, não tente se aproximar.
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Registre e comunique as autoridades ambientais locais.
- Preserve áreas de mata e ajude a manter o equilíbrio ecológico.