VÍDEO: Internauta denuncia possível implantação de ideologia de gênero em escolas de Corumbá/MS

“A Construção de uma Cultura de Paz: Estratégias Educativas de Prevenção à Violência contra Mulheres e Meninas”, divulgado em 2025. Segundo Vivi...

Circula nas redes sociais um vídeo em que uma internauta, Vivi Tobias, que é ativista política e suplente de vereadora pelo Partido Liberal (PL) em Campo Grande/MS, faz uma denúncia sobre o que considera ser uma tentativa de introdução de ideologia de gênero nas escolas públicas municipais de Corumbá, Mato Grosso do Sul.

A crítica central refere-se ao lançamento de um material pedagógico produzido pela Secretaria Municipal de Educação de Corumbá, intitulado “A Construção de uma Cultura de Paz: Estratégias Educativas de Prevenção à Violência contra Mulheres e Meninas”, divulgado em 2025. Segundo Vivi Tobias, o conteúdo do e-book ultrapassa a proposta inicial de combate à violência de gênero e estaria promovendo ideologias com forte carga política e social, principalmente associadas ao feminismo contemporâneo e à teoria de gênero.

Denúncia sobre “doutrinação” nas escolas

Durante o vídeo, a internauta alerta para aquilo que entende como um processo de “doutrinação feminista” nas unidades escolares do município. Em seu discurso, ela afirma que o material propõe a glorificação do movimento feminista nas escolas e sugere que isso poderia impactar diretamente a formação identitária dos estudantes.

Vivi Tobias argumenta que, ao priorizar perspectivas feministas em diversas disciplinas escolares – como História, Ciências e Língua Portuguesa —, o material propõe uma reformulação de valores tradicionais, o que, segundo sua avaliação, pode afetar o entendimento das crianças sobre questões como identidade de gênero, relações familiares e papéis sociais.

Referências ao pensamento feminista e ideologia de gênero

Um dos pontos centrais da crítica é a menção no material à frase da filósofa francesa Simone de Beauvoir: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.” Para Vivi Tobias, essa citação representa uma introdução explícita da teoria de gênero no contexto escolar, ao sugerir que as identidades masculina e feminina são construções sociais e não características naturais e biológicas.

ideologia

De acordo com a denunciante, o uso desse tipo de referência em materiais pedagógicos poderia abrir espaço para que conceitos ideológicos, como a desconstrução dos papéis tradicionais de gênero, fossem introduzidos no ambiente escolar de maneira disfarçada, sob a justificativa de ações educativas contra a violência de gênero.

Crítica à visão sobre as relações entre homens e mulheres

Outro ponto destacado por Vivi Tobias é a maneira como o material aborda as relações históricas entre homens e mulheres. Segundo ela, o e-book apresenta o papel masculino de maneira negativa, classificando-o como fruto de processos históricos de violência e opressão.

A internauta alega que o texto propõe a desconstrução dos papéis tradicionais femininos e masculinos, o que, na sua visão, pode promover uma narrativa de conflito entre os sexos em vez de incentivar o respeito mútuo e o fortalecimento dos laços familiares.

Ela afirma ainda que essa abordagem pode contribuir para o surgimento de uma visão distorcida das relações sociais, prejudicando a formação de jovens quanto aos valores de cooperação, empatia e família.

Preocupação com a sexualização precoce

A denúncia também aborda a preocupação com o que foi classificado como risco de sexualização precoce. Para Vivi Tobias, a exposição de crianças e adolescentes a reflexões sobre gênero, sexualidade e diversidade, ainda que com o objetivo declarado de promover empatia e igualdade, pode ser inadequada para as faixas etárias envolvidas.

Segundo ela, esse tipo de conteúdo pode antecipar debates e temas que deveriam ser tratados posteriormente, em outras fases do desenvolvimento dos estudantes, respeitando suas maturidades psicológicas e emocionais.

Em seu vídeo, ela expressa receio de que essa abordagem abra espaço para uma desconstrução dos valores familiares, tradicionais e culturais, promovendo ideias que, segundo sua visão, não condizem com os princípios educacionais que deveriam nortear a formação de crianças e adolescentes.

Chamado às autoridades e à população

Ao final de sua denúncia, a internauta direciona uma mensagem às autoridades municipais de Corumbá, solicitando que reconsiderem o conteúdo implementado nas escolas públicas da cidade. Ela afirma que promover movimentos sociais dentro da grade escolar, especialmente aqueles ligados ao feminismo contemporâneo, não seria a forma mais adequada de combater a violência contra a mulher.

Vivi Tobias também convoca os pais e responsáveis para que acompanhem de perto o conteúdo transmitido nas salas de aula, incentivando a vigilância em relação àquilo que considera ser uma imposição ideológica contrária aos valores familiares tradicionais.

Em suas palavras, ela defende que a educação deve buscar formas de proteção às mulheres e meninas sem, no entanto, recorrer a conceitos que possam, em sua visão, alterar as estruturas familiares ou promover divisões entre homens e mulheres.

Contexto e contrapontos

O debate sobre o ensino de questões de gênero nas escolas não é recente no Brasil e desperta fortes polarizações. De um lado, defensores da inclusão de conteúdos de diversidade argumentam que essa abordagem é fundamental para a promoção de respeito, igualdade e combate à violência de gênero desde a infância. Do outro, críticos alertam para o risco de que essas propostas possam desrespeitar convicções religiosas, culturais e familiares, além de interferir no desenvolvimento natural das crianças.

O e-book da Secretaria de Educação de Corumbá, embora tenha como objetivo declarado a construção de uma cultura de paz e a prevenção da violência, passa a ser questionado sobre a forma como aborda temas sensíveis dentro da sala de aula, especialmente por figuras públicas e ativistas como Vivi Tobias.

Até o momento, a Secretaria Municipal de Educação de Corumbá não se manifestou oficialmente em relação ao vídeo feito sobre as críticas feitas ao material.

O episódio reforça a complexidade do debate público atual em torno da educação, do papel do Estado na formação dos jovens e dos limites entre o ensino de valores universais — como o respeito às diferenças — e o respeito à diversidade de crenças e modelos familiares presentes na sociedade brasileira.

A questão central que emerge é a necessidade de diálogo entre todos os envolvidospoder público, educadores, famílias e sociedade civil — para definir com clareza quais conteúdos são apropriados ao ambiente escolar, buscando sempre o equilíbrio entre o combate à violência e a preservação dos princípios culturais e educacionais das diferentes comunidades.

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