Um feto humano com cerca de seis meses de gestação foi encontrado em um terreno baldio no último domingo (06), em uma região entre os bairros Nova Corumbá e Guarani, na parte alta da cidade. A cena, que causou comoção e revolta entre os moradores, rapidamente mobilizou as autoridades locais e desencadeou uma investigação que levanta suspeitas graves: aborto provocado e ocultação de cadáver.
A Polícia Militar foi acionada após testemunhas presenciarem um cachorro arrastando o que parecia ser um brinquedo sujo de sangue. Ao se aproximarem, moradores descobriram o corpo do feto. A área foi isolada e peritos do IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) recolheram o corpo para exames detalhados.
No boletim de ocorrência, foi relatado que a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a origem e as circunstâncias da morte fetal. Segundo o delegado Jean Castro, responsável pelo Cartório de Homicídios, a principal linha de investigação aponta para uma jovem de 27 anos, moradora da região.
“Ela teria escondido a gravidez da família e relatado ter expelido o feto após sentir dores abdominais. Após a descoberta do caso, fugiu de casa e estaria com medo de represálias”, informou o delegado.
Durante buscas realizadas na residência da suspeita, os policiais encontraram lençóis, absorventes e panos com vestígios de sangue, guardados em uma gaveta. A mãe da jovem confirmou que os itens estavam relacionados ao ocorrido.
Outro elemento que torna o caso ainda mais inquietante é o fato de o feto ter sido encontrado sem um dos braços, o que levanta hipóteses de mutilação ou danos causados após o descarte. Essa informação, no entanto, depende de confirmação pericial.
Em contato telefônico, intermediado pela própria mãe, a jovem afirmou a um agente da Polícia Civil que pretende buscar orientação jurídica antes de se apresentar às autoridades. A investigação segue em andamento, e os desdobramentos devem ser conhecidos nos próximos dias, à medida que os laudos técnicos forem finalizados.
Este caso expõe não apenas a gravidade do possível crime, mas também as lacunas sociais e psicológicas que envolvem situações como esta: gravidez silenciosa, medo, abandono e a fragilidade de redes de apoio que, muitas vezes, falham antes do ato extremo.
Com informações: Diário Corumbase